Palácio Museu Olímpio Campos recebe a exposição de arte ‘A Ressurreição Desenhada’

Memória viva da trajetória política de Sergipe, o Palácio Museu Olímpio Campos (Pmoc) também tem sido palco de importantes manifestações artísticas. Nesta quinta-feira, 21, o prédio histórico recebeu o lançamento da exposição ‘A Ressurreição Desenhada’, do artista plástico Elias Santos. Organizada em 13 obras, distribuídas entre pinturas, xilogravuras e esculturas, a série resgata o legado do poeta, filósofo e político Fausto Cardoso, considerado um dos personagens mais emblemáticos da história de Sergipe. 

“Essa exposição partiu da minha curiosidade como artista e cidadão sergipano de conhecer mais a história deste personagem que sempre me chamou atenção pelo seu chapéu. Ao mergulhar na história de Fausto Cardoso, percebi a grandeza desse homem público, um político à frente de seu tempo, com uma habilidade notável de conquistar multidões com a sua oratória em defesa dos menos favorecidos”, frisa o artista Elias Santos.

Para ele, resgatar a história de Fausto Cardoso e manter vivo o seu legado político também é uma forma de acertar as contas com o passado. “Fausto costumava dizer que a liberdade é algo que se constrói com o cimento do tempo e o sangue dos homens. Quando ele foi alvejado e morto, aos 44 anos, a sociedade sergipana o esqueceu, talvez por medo, pela conjuntura política da época, claramente comandada pela família do seu algoz, Olímpio Campos. O fato é que ele teve um fim muito triste. Então, a minha intenção com a exposição é ajudar a resgatar sua trajetória”, acrescenta.

A homenagem também é um testemunho da habilidade e do talento artístico de Elias Santos. Embora retratem um único personagem, as obras são trabalhadas com técnicas diferentes e em momentos distintos da vida do artista plástico. Entre as técnicas utilizadas estão desenhos realizados com lápis comum H e HB sobre tela e tinta látex; desenhos feitos de carvão sobre tela; xilogravura em papel; escultura em resina e em cimento. 

Centenário

No último mês de agosto, o falecimento de Fausto Cardoso completou 117 anos. Para a historiadora Isaura Ramos, a exposição ‘A Ressurreição Desenhada’, como o próprio nome sugere, resgata a memória de um dos personagens mais emblemáticos da história política de Sergipe.

“Fausto Cardoso foi um grande homem, de ideias liberais e modernistas, protagonista de um dos momentos mais simbólicos da história política de Sergipe, que foi o seu assassinato por Olimpio Campos. A morte foi um choque para todo o país, já que Fausto era deputado federal em seu terceiro mandato e um político muito querido pela população”, frisa a historiadora.

Exposição

De acordo com o diretor do Pmoc, Elicelmo Zuzarte, democratizar o acesso da população à cultura e à arte é uma das missões do palácio. “Nós estamos felizes de receber mais uma importante exposição de um grande artista sergipano. Desde que se tornou um Palácio-Museu, o Pmoc tem sido um grande apoiador da cultura e do artista sergipano, abrindo as suas portas e possibilitando a exposição de diferentes manifestações. Valorizar o artista da terra também é um compromisso do Governo do Estado, e a nossa meta é ampliar o acesso da população a essas diferentes obras”, destaca Elicelmo Zuzarte.

Admirador da obra de Elias Santos há anos, o advogado Marcus Regilio, 46, foi um dos visitantes que prestigiou o lançamento da exposição. “Minha mãe também é artista e nós conhecemos o trabalho do Elias há anos. Nesta série, ele mais uma vez surpreende, trazendo uma justa homenagem a um grande sergipano que vem sendo esquecido ao longo dos tempos”, elogiou.

A exposição ‘A Ressurreição Desenhada’ estará aberta à visitação até o próximo dia 21 de outubro, de terça a sexta, das 9h às 16h30, e nos sábados das 9h às 12h30.

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