O jogador Daniel Alves será julgado na Espanha entre 5 e 7 de fevereiro, sob a acusação de ter estuprado uma jovem, na época com 23 anos, em uma casa noturna de Barcelona. O anúncio foi feito pelo tribunal de Justiça de Barcelona nesta quarta-feira (20).
O ato teria acontecido no fim do ano passado e, no fim de novembro, o Ministério Público espanhol solicitou uma pena de nove anos de prisão para Alves, de 40 anos.
No documento de conclusões provisórias de 24 de novembro, ao qual a AFP teve acesso, o Ministério Público solicitou uma “pena de nove anos de prisão” para o jogador, assim como uma indenização de 150 mil euros (US$ 163 mil, ou R$ 806 mil, na cotação atual) à vítima, por suposto crime de “agressão sexual com penetração”.
O MP pede ainda mais dez anos de liberdade vigiada para o atleta, após o cumprimento da sentença determinada, além da proibição de se aproximar ou se comunicar com a vítima durante esse período.
Já a defesa da vítima solicita que o lateral fique no cárcere por 12 anos e pague uma indenização de aproximadamente R$ 900 mil à mulher.
O ex-lateral da seleção brasileira está em prisão preventiva desde 20 de janeiro, após seu primeiro depoimento à juíza de instrução.
O incidente supostamente ocorreu em uma sala reservada na casa noturna Sutton, em Barcelona, na madrugada de 31 de dezembro de 2022. Alves, que já frequentava o local, teria conhecido a jovem na boate e a convidado a entrar em uma área exclusiva, onde ficava um pequeno banheiro, de cuja existência ela não sabia.
Segundo o MP, o ex-lateral do Barcelona teria demonstrado uma “atitude violenta”, agredindo a mulher e forçando-a a manter relações sexuais, apesar de sua resistência.
A vítima, que, após ter recebido cuidados médicos naquela noite, acabou denunciando os acontecimentos no dia 2 de janeiro, sofre atualmente de “transtorno de estresse pós-traumático de intensidade globalmente elevada”, para o qual está em tratamento, segundo o Ministério Público.
O jogador, que inicialmente negou conhecer a jovem, mudou sua versão diversas vezes, mas acabou admitindo que eles tiveram relações sexuais, mas consensuais, segundo fontes próximas ao caso.
A Justiça espanhola rejeitou em diversas ocasiões a liberdade provisória ao atleta, sob a alegação de risco de fuga, entre outros motivos.